A indicação literária de hoje é a short-fiction “A Rape in Cyberspace” - “um estupro no ciberespaço, ou como um palhaço do mal, um espírito haitiano de trapaça, dois bruxos e um elenco de dezenas de pessoas transformaram um banco de dados em uma sociedade” (tradução nossa), de Julian Dibbell.
Apesar de veiculado em 1993 (num contexto de internet ainda embrionária), a história continua atual e renova seu fôlego com as noticias recém veiculadas de estupro no metaverso.
A história se desenrola numa plataforma virtual de um jogo eletrônico, no qual cada jogador participa e interage com os outros por meio de seu respectivo avatar. Um desses usuários – Mr Bungle – altera um subprograma “boneco de vodu” do jogo e, a partir disso, adota atitudes temerárias, socialmente inaceitáveis, como obrigar (no jogo) outros participantes a se portarem de forma réproba, sexualizada, descrevendo e praticando atos sexuais (virtuais) consigo próprios ou uns com os outros. No conto, os usuários decidem se encontrar fisicamente, no “mundo real”, para deliberar a respeito da atitude do transgressor que, além de contrária às políticas do jogo, os teriam afetado psicologicamente.
Disponível em: http://www.juliandibbell.com/texts/bungle_vv.html
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