Segundo documentos obtidos pelo The Intercept, a multinacional de tecnologia Amazon, está desenvolvendo um aplicativo interno de mensagens, que, segundo a porta-voz da empresa, Barbara Agrait, tem o objetivo de "ajudar os funcionários a se envolverem uns com os outros", como uma rede social. No entanto, segundo documentos analisados pelo The Intercept, o aplicativo possuiria um monitor automático de palavras que bloqueia termos críticos às condições de trabalho na empresa, como "trabalho escravo", "prisão", "plantation" (em referência à escravidão) e até "banheiros" (que remetem a relatos de funcionários que recorrem a garrafas plásticas para urinar e conseguir cumprir as pesadas cotas da empresa).
Uma das funcionalidades que os desenvolvedores querem inserir no novo aplicativo de mensagens é a possiblidade de reconhecimento de desempenho dos colegas de trabalho, a partir da qual, na visão dos executivos, seria possível uma redução do desgaste dos funcionários e, ao mesmo tempo, aumento de produtividade. A plataforma seguiria um modelo mais parecido com um aplicativo de encontros online, com envolvimento um a um, e não com um fórum, como o Facebook.
Durante o desenvolvimento, surgiu a preocupação de criar uma "comunidade positiva", e, por isso, haveria um "monitor automático de palavrões", com uma lista de palavras proibidas. Dentre elas, foram incluídas "sindicato", "queixa", "aumento salarial", "remuneração", "ética", "liberdade", "diversidade", "injustiça" e "equidade".
A empresa investe pesadamente contra a organização sindical (US$ 4,3 mi somente em 2021). Conforme noticiamos, no início desse mês houve a primeira sindicalização de funcionários da Amazon, em seus 27 anos de existência.
A Amazon afirma que o aplicativo ainda está em fase de testes, e seu lançamento ainda não é certo.
Continuaremos acompanhando!
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Fonte: https://theintercept.com/2022/04/06/amazon-aplicativo-banir-palavras-sindicato-banheiro-aumento/
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