Importantes economistas do mundo todo têm apontado a automação excessiva como o fator mais importante para o aumento da desigualdade social. Daron Acemoglu, do Instituto de Tecnologia de Massachussetts (MIT), sustenta que há um claro vínculo entre o fluxo de investimentos destinado a setores que produzem máquinas e softwares e a crescente diferença salarial entre quem ganha mais e quem ganha menos.
O comércio internacional, de acirrada concorrência, incentivou o desenvolvimento de tecnologias de automação, visando cortar custos, garantindo o crescimento econômico em países desenvolvidos. Agora, a nova onda chega com a introdução da inteligência artificial, com objetivo não de auxiliar os trabalhadores, mas de substituí-los, sem que com isso haja aumento da produtividade.
Contudo, Acemoglu acentua que a tecnologia não é, necessariamente, ruim para a economia, pois há “tecnologias realmente importantes”, que criam empregos e aumentam salários. Para ele, é necessária a existência de programas bem elaborados de educação e treinamento, o que não pode existir sem um direcionamento por parte do Estado.
Não se trata de um debate novo, remontando pelo menos desde a década de 1980. No artigo 7º, XXVII, da Constituição Federal de 1988, já fora prevista a proteção do trabalhador em face da automação. No entanto, no Brasil, não existe uma política clara de planejamento nesse sentido, cabendo ao mercado organizar livremente os meios de produção, com cada vez mais influência do capital internacional.
Seguiremos atentos às implicações de novas tecnologias no mercado de trabalho!
Fonte: https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2022/01/economistas-culpam-mais-a-tecnologia-pelo-aumento-da-desigualdade.shtml?pwgt=l94mlh7tnmr6yp161igxe32ss2zfmdsw094hi7pvjpt0o7wi&utm_source=whatsapp&utm_medium=social&utm_campaign=compwagift
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