Os mercados erótico-sexuais estão presentes nas redes desde sua formação. Na verdade, eles possuem estreita relação com os meios de comunicação desde muito antes do surgimento da internet. No entanto, mais recentemente, têm ganhado visibilidade devido à midiatização desse conteúdo, agora descentralizado e exposto em plataformas dedicadas, como "OnlyFans", em forma de conteúdo por assinatura ou de "webcamming" (transmissão ao vivo de práticas eróticas e sexuais via webcam).
Essas plataformas também se baseiam na lógica da concentração e monopolização dos mercados, apoiando-se em outras mídias sociais como o próprio Instagram, onde os criadores de conteúdo atraem sua audiência. Enquanto cada trabalhador deve se esforçar para manter o seu público, como empreendedores, gerenciando todas as etapas de produção, as plataformas, no Brasil, retêm 50% dos lucros dos performers, enquanto as de conteúdo por assinatura retêm 20%.
Segundo a pesquisadora Lorena Caminhas, se, por um lado, vê-se a precarização do trabalho, inerente ao modelo de plataformas, por outro, esse segmento que sempre foi marginalizado pela divisão moral do trabalho ganha visibilidade e uma inédita regulação - por parte das plataformas, promovendo a homogeneização dos serviços e valores, e até mesmo um aumento de segurança para exercer o trabalho sexual.
Seguiremos acompanhando as transformações promovidas pela tecnologia no mercado de trabalho!
Fonte: https://digilabour.com.br/2022/05/26/mercados-eroticos-e-trabalho-sexual-na-era-das-plataformas-digitais/
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