Segundo apurado pelo jornal O Globo, os mecanismos de repressão à desinformação de algumas das principais redes sociais no Brasil têm se mostrado lentos e ineficientes, e não têm impedido a sua expansão. A reportagem denunciou e acompanhou 20 publicações no Facebook, Instagram e Twitter, que continham informações falsas sobre vacinas contra a Covid-19 e sobre a segurança das urnas eletrônicas brasileiras. Somente em 4 posts houve atuação das plataformas para remoção ou sinalização de conteúdo falso.
Ouvido pela reportagem, o pesquisador David Nemer avalia que não há transparência e critério claro sobre quais conteúdos devem ou não ser alvo de ações das redes. Para ele, deveria haver um foco de atuação em perfis centrais da cadeia de desinformação, o que não ocorre porque eles geram engajamento de usuários, o que impactaria diretamente no lucro das plataformas. (Confira nosso encontro com David Nemer no YouTube)
A Meta, responsável pelo Instagram e pelo Facebook, em resposta afirmou: “Não acreditamos que seja nosso papel arbitrar debates políticos e impedir que o discurso de um representante eleito chegue ao seu público e seja alvo de amplo debate e escrutínio”. Dentre as postagens nas quais não houve nenhuma intervenção, estão a de parlamentares e ex-parlamentares.
O experimento levanta preocupação com a falta de regras claras para moderação de conteúdo nas redes, o que não pode ficar somente nas mãos das próprias plataformas. Se elas não pretendem restringir o discurso nocivo de agentes de desinformação, seus algoritmos também não deveriam promovê-los. Outro ponto a se questionar é a formação de bolhas em comunidades, que impedem qualquer debate amplo e ajudam a impulsionar notícias falsas.
Seguiremos acompanhando!
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