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“The Boys”: sobre nossos (super)heróis e (super)vilões cotidianos!

  • Foto do escritor: Cyber Leviathan
    Cyber Leviathan
  • 12 de fev.
  • 2 min de leitura




Jose Luis Bolzan de Morais                 presidente do Cyber
Jose Luis Bolzan de Morais presidente do Cyber

Os últimos dias têm chamado a atenção por notícias que circulam, tanto em mídias tradicionais e, sobretudo, nas ditas mídias (anti)sociais. 


Dentre as tantas, algumas são mais escabrosas que outras, por óbvio. Talvez a que mais tem atraído é a do tal PL “Antiaborto por estupro”(sic). O que tem nele, para além da superfície, que já é escabrosa, como tem sido demonstrado, inclusive aqui neste A Vírgula, p. ex. por Marcelo Siano (https://avirgula.com/a-desumanidade-e-a-pornografia-institucional-desconsideram-as-mulheres/) e Ligia K. Mafra (https://avirgula.com/a-cesar-o-que-e-de-cesar-a-deus-o-que-e-de-deus/), me trouxe a mente um livro - O Conto da Aia, de M. Atwood – que “antecipa” um “outro presente” (Saramago).


Porém, gostaria de propor uma outra “janela” para o debate.


Lembrei, por conta, uma série que está em uma plataforma de streaming. O título: The Boys. Um enredo de “super-heróis” (The Seven) nada compatíveis com aqueles que nos acostumamos – ou, acostumaram – a ver retratados nos quadrinhos e na cinematografia tradicional. Estes, são “humanos”- criados a partir de uma droga produzida por uma indústria farmacêutica – com todas as suas características, para além dos superpoderes que possuem e utilizam no “combate” a todo tipo de “desvios” – reais ou inventados - presentes na sociedade, com todos os “meios” que dispõem. 


Desde logo, encarnam um projeto de salvação mundial – salve a América, claro(!)... – frente à ameaça de, pasmem(!), “super-terroristas”, que o “Capitão Patriota” batizou de “super-vilões”. Todos “fabricados” pela mesma “farmacêutica” que criou os “super-heróis”, cada um deles dotado de seus próprios “super-poderes”.


Ao longo dos episódios se vê circular temas que nos parecem familiares, não só por aquilo que nos identificam com os personagens - sejam os “super”, sejam os “normais”, todos com as suas contradições -, mas também aqueles que nos propõem questões que subjazem as sociedades contemporâneas.


Entre tantos, pode-se tomar emprestado: o papel de igrejas/seitas, o uso de redes sociais, a desinformação (fake news), o racismo, o ódio, para além das diversos sentimentos “naturais” ou “sociais” que caracterizam os personagens.


Há, em certo momento, no combate aos “super-vilões”, a identificação destes aos “outros” – os imigrantes (?) - que invadem e “ameaçam” nosso espaço e precisam ser dizimados, como explicita a “super-heroína” Tempesta – uma “imorrível”, herdeira do nazismo, primeira “criação” do “inventor” da droga que os transforma em “super” (tanto “heróis” quanto “vilões”, cuja distinção não parece tão “clara”). 


Aqui, além da temática migratória, a questão da ciência, da técnica e da tecnologia, nos bate na porta... ou na “cara”.


Estamos cheios destes “super” circulando por aí. Seus superpoderes, muitas vezes dados por nós mesmos, quando os elegemos, mesmo que em eleições marcadas pela desinformação, ódio, misoginia etc. Outros ocupando funções públicas ou posições privadas. 

Eleitos, fardados ou fantasiados eles insistem em tomar nosso futuro de nós mesmos, muitas vezes para instaurar um passado que se nega a desaparecer.


Qualquer semelhança não é mera coincidência, pois a realidade, aqui, imita a ficção. Ou, a ficção nos escancara a realidade.


conteúdo repostado do "A vírgula".




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