No último dia 15 de fevereiro, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) formalizou acordo com 5 empresas responsáveis por algumas das maiores redes sociais no Brasil, com objetivo de combater a desinformação no curso do processo eleitoral. O acordo foi firmado com representantes do Twitter, do TikTok, da Meta, do Kwai e do Google. Como já noticiado pelo Cyber Leviathan, o Telegram sequer respondeu à Corte (veja os posts sobre isso).
As ferramentas aplicadas a cada plataforma são distintas, mas convergem para a disponibilização de links de sites com informações oficiais do TSE, focando em notícias falsas que pretendem desacreditar a segurança das urnas eletrônicas e a apuração dos votos. As plataformas também se comprometeram a criar ou aprimorar canais para comunicação mais célere de denúncias à Justiça Eleitoral.
No entanto, com exceção do Twitter, nenhuma delas especifica como irá agir em caso de uma campanha maciça de desinformação eleitoral, como a que ocorreu nos EUA e culminou na invasão do Capitólio em janeiro de 2021, destaca a jornalista Patrícia Campos Mello.
A agência de checagem independente Lupa aponta que as regras formuladas junto ao TSE são menos abrangentes do que as adotadas em outros países, e alerta para o fato de que algumas redes sociais excluem candidatos a cargos eletivos de verificação no seu programa de verificação, embora alguns deles sejam os principais propagadores de fake news. Além disso, critica os acordos do TSE pela falta de apoio financeiro das plataformas às agências de checagem, algo essencial para sua atuação no processo eleitoral.
As medidas que foram propostas são muito ineficientes e mostram o real comprometimento das plataformas em relação à desinformação e a fake news.
Ou seja, elas não querem de fato agir de forma a diminuir engajamento, já que fake news geram engajamento, e engajamento é a forma pelo qual elas monetizam. Não querem comprometer o lucro com medidas que possam reduzir o efeito da desinformação.
Seguiremos acompanhando!
Fonte: https://www1.folha.uol.com.br/poder/2022/02/acordos-com-plataformas-para-eleicoes-no-brasil-ficam-aquem-das-politicas-nos-eua.shtml
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